Quem sou eu
- Orlando Brito do Carmo
- Jornalista, fundador e editor do Jornal do Mosqueiro, atualmente preside a AJORMAP - Associação dos Jornais e Mídias Alternativas do Estado do Para.
terça-feira, fevereiro 22
Governo do Estado repudia discriminação à paraense em Manaus
“Diante do lamentável fato ocorrido na última segunda-feira (21) na cidade de Manaus, capital do Estado do Amazonas, amplamente divulgados pela imprensa e pela internet, envolvendo uma cidadã paraense e o prefeito daquele município, Sr. Amazonino Mendes, o Governo do Estado do Pará se sente no dever de fazer as seguintes considerações:
1. É inaceitável que, em qualquer circunstância, um ser humano sofra qualquer espécie de discriminação. É deplorável, portanto, a atitude de uma autoridade pública, eleita pelo povo, que, ante um grave problema social, mostra desequilíbrio e destempero. Não satisfeito em dizer à mulher "morra!", o prefeito, ao saber que ela é paraense, destilou ironia e sarcasmo, dizendo que "então está explicado", querendo insinuar que a atitude da mulher, cobrando por providências em uma área onde ocorreram desabamentos e mortes, se devia ao fato de a mesma ser oriunda do Estado do Pará.
2. Certamente, a atitude do prefeito não reflete o pensamento da maioria dos manauaras e amazonenses, que há séculos lutam bravamente com seus vizinhos amazônidas por uma sociedade mais justa e fraterna, e por uma Amazônia respeitada, nacional e internacionalmente.
3. É fato que muitos paraenses migraram para Manaus em busca de novas oportunidades. Como é fato, também, que muitos amazonenses (e brasileiros de todos os demais Estados) para cá vieram, todos em busca de um futuro melhor, em uma terra que os acolheu fraternalmente. Em ambos os casos, os povos amazonense e paraense receberam os migrantes de braços abertos, e não haveria outra maneira de fazê-lo, já que somos todos brasileiros.
4. O Pará, com seus imensos recursos naturais, sempre contribuiu para o desenvolvimento do país, respondendo decisivamente para o superávit da balança comercial graças às exportações, que, malgrado sua importância, não têm compensado os paraenses como deveriam. As injustiças fiscais estão entre as razões dos desequilíbrios regionais, pobreza e subdesenvolvimento, que, somados, forçam o povo a sobreviver, muitas vezes, fora da terra natal. A realidade é dura para todos na Amazônia, e é incompreensível que haja rancores entre nós e, lamentavelmente, alimentados por uma autoridade pública.
5. O Pará, formado pela soma de várias naturalidades e nacionalidades, lamenta o episódio ocorrido em Manaus, mas compreende que, acima de tudo, está a fraternidade entre os povos que sofrem e lutam por uma melhor qualidade de vida para todos, sem discriminação.
Por um Pará unido, por uma Amazônia unida, por um Brasil unido.
Governo do Estado do Pará”
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